Quando roupas não nos representam

Sobre roupas que NÃO nos representam.

Ouvindo o podcast @mamilospod (clica aqui para ouvir) imediatamente me lembrei dessa época ai da foto em que eu advogava. E que a roupa pra mim era quase uma armadura.
Uma fantasia que eu vestia para me adequar ao meio. O meio jurídico venera advogados homens, mais velhos e “briguentos”. E eu não era nenhuma dessas coisas. Então para eu ser respeitada e ouvida, mesmo sabendo que eu tinha conteúdo, eu teria que transparecer experiência e seriedade nas minhas roupas. E durante um tempo eu fazia isso
automaticamente.

Mas depois cansa, ter que vestir essa fantasia todos os dias. Essa roupa não transparecia nada do que estava dentro de mim, não era eu. E esse sentimento foi me incomodando cada vez mais. Já que passamos tanto tempo trabalhando, o mínimo é que você esteja confortável e feliz com sua roupa. E isso só é possível se ela representar sua essência.

Ai você pensa: virou consultora, resolveu, ne?! Errado. Me peguei vendo comentários tipo:
“Consultora de imagem tem que usar cores, ser fashion”. Não, a gente não tem que usar nada. Usar preto e branco não me faz menos consultora. Assim como usar rosinha não faz da pessoa menos advogada.
A gente tem que parar com essa mania de impor um “código de vestimenta” associada a profissões. Mantendo o mínimo de decência, qual o problema de uma médica ter cabelo colorido? Ou uma advogada ir pro fórum sem salto?

Não deveria ter problema nenhum, ne?! Mas tem. Os homens, em menor proporção também são afetados por esses códigos. O exemplo dado no podcast é certeiro: faz sentido um advogado que trabalha no centro do Rio de Janeiro, num calor de 40 graus, ter que usar terno e gravata pra trabalhar? Pois é.

Bora colocar esse tema em pauta e repensar esses códigos de vestimenta!✨